quarta-feira, 7 de abril de 2021

CIÚMES Adversárias ou aliadas?

 


    Ao contrário da inveja (Pv 14.20) e da cobiça, o ciúme pode ter uma conotação positiva. Nas Escrituras, esse sentido também é expresso pelo termo "zelo", que descreve a intolerância de Deus à infidelidade de seu povo, especialmente com respeito à tendência de Israel de se deixar atrair por outros deuses (Êx 20.5; 34.14). Este zelo santo de Deus também o leva a proteger seu povo dos inimigos (Ez 39.25-28).
    O ciúme resultante de orgulho ou egoísmo não é uma virtude. Pode descrever a suspeita do marido ou da mulher numa relação em que há infidelidade (veja Nm 5.11-31). Esse ciúme humano se transforma facilmente em hostilidade contra um suposto rival e, como tal, é relacionado entre os vícios ou "obras da carne" (veja Rm 13.13; 2Co 12.20; Gl 5.20-21).
    O ciúme destrutivo entre mulheres não é exclusividade dos tempos modernos. Mulheres tementes a Deus também tiveram que lidar com esse sentimento. O grande anseio de Ana era ter um filho. Apesar de ser estéril, era profundamente amada por seu marido, Elcana. No entanto, também era alvo dos ataques ciumentos de Penina, a esposa de Elcana que havia lhe gerado filhos (1Sm 1.2-8). O ciúme também conturbou o relacionamento de Raquel e Lia (Gn 30.15), e levou Sara a tratar Agar com crueldade (Gn 16.5-6) por esta haver gerado um filho para Abraão. Em todos esses casos, o ciúme transformou possíveis aliadas em adversárias.
    Lucas 1.41-45 é um excelente exemplo de atitude que as mulheres devem ter em seus relacionamentos umas com as outras. Isabel não discutiu sobre quem daria à luz o filho mais importante. Também não desejou para si o privilégio de Maria; assim também Maria não invejou a situação mais estável de Isabel. Em vez de se desentenderem, as duas se encorajaram mutuamente e se tornaram aliadas.
    As mulheres que estão em Cristo são coerdeiras de tudo o que pertence a Cristo e sua herança vai muito além daquilo que merecem ou são capazes de imaginar (1Co 2.9). Assim, devem glorificar e louvar a Deus (Cl 3.1-4), e não olhar apenas para aquilo que os outros têm, e elas não, uma atitude que traz consigo, inevitavelmente, o ciúme, a inveja e a cobiça (Êx 20.17; 2Co 10.12).

Veja também Tg 3.14-16; tópicos sobre Atributos de Deus (Dt 4); Amargura (Hb 12); Cobiça (Pv 30); Inveja (Pv 15); retratos de Isabel (Lc 1); Maria de Nazaré (Lc 1).

Fonte: Bíblia da Mulher
Publicado por Ana Oliveira 

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