Na cultura do Antigo Oriente próximo, os animais eram essenciais para a subsistência. Cântico dos Cântico os incorpora na imagem poética para ressaltar as características de cada amante.
Cabras, Cabritos - Provavelmente o íbex núbio, um tipo de cabra selvagem de pelo escuro e brilhante que ainda pode ser encontrado nessa região (Ct 1.8; 4.1; 6.5).
Corvo - A aparência negra e lustrosa das penas dessa ave é usada para descrever os cabelos do rei (Ct 5.11).
Éguas - A comparação da sulamita com as éguas do rei é um elogio nobre, uma vez que Salomão introduziu em seu reino os puros-sangues egípcios mais fortes e majestosos (Ct 1.9).
Gazelas, Cervos, Gamos - Essas designações aparecem com frequência na poesia desse período. As gazelas são graciosas e, portanto, simbolizam a beleza feminina. Três estrofes terminam com um juramento que enfatiza a seriedade do casamento (Ct 2.7; 3.5; 8.4). Cada um dos amantes usa essa analogia para o outro. Ela vê o seu amado como um gamo ágil (Ct 2.9,17), enquanto para ele, os seios da amada trazem à memória a imagem de jovens gazelas se alimentando (Ct 4.5; 7.3).
Leões, Leopardos - Simbolicamente, o leão é considerado uma ameaça, um predador que fica à espreita de sua presa; o leopardo (pantera) é um animal extremamente inteligente e traiçoeiro. Ambos podiam ser encontrados em regiões montanhosas (Ct 4.8).
Ovelhas - A alvura de lã recém-lavada é usada para descrever os dentes da amada (Ct 4.2; 6.6), perfeitamente iguais ("gêmeos") e alinhados.
Pomba - Esse pássaro personifica inocência e pureza e é usado como tratamento carinhoso para descrever a jovem (Ct 1.15). A sulamita cita seu amado chamando-a desse modo (Ct 5.2). Imagina o rei convidando-a para junto dele e faz alusão à natureza tímida das pombas que descansam no alto das fendas dos penhascos (Ct 2.14).
Raposas - Provavelmente os chacais, animais astuciosos e velozes que eram abundantes na região. São usados para denotar a apreensão de que alguém fruste as expressões de amor do casal (Ct 2.15).
Rebanho - O termo é usado repetidamente, uma vez que Israel possuía uma economia agrícola que incluía rebanhos de vários tipos. As expressões de amor são entretecidas com imagens de pastoreio. A sulamita vê o seu amado "pelo meio-dia", pois esse é o horário em que ele e seu rebanho descansam na parte mais quente do dia (Ct 1.7). Ele responde aconselhando que ela siga as pegadas do rebanho (Ct 1.8).
Rola - A pomba selvagem que passa pela Palestina e anuncia a chegada da primavera (Ct 2.12).
Fonte: Bíblia da Mulher
Publicado por Ana Oliveira
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