A educação dos filhos envolve um processo de "discipulado". Os pais ensinam a obediência não apenas para sujeitar os filhos à sua autoridade, mas também para conduzi-los à salvação e ao discipulado espiritual (Hb 12.11). Ainda que, por vezes, o castigo faça parte da disciplina, vários outros elementos estão envolvidos na transição da fase em que o comportamento é controlado pelos pais para a fase em que o filho desenvolve a capacidade de exercer autocontrole e tomar suas próprias decisões. O objetivo maior é que o filho escolha sujeitar sua vida ao controle de Deus, aprendendo a tomar decisões sábias que glorificam a Deus (Hb 12.10-11). A disciplina piedosa forma uma redoma protetora sob a qual a criança aprende a obedecer a Deus nos dias em que não tiver mais a proteção dos pais.
A rebelião obstinada é um ato deliberado de desobediência no qual uma criança sabe o que seus pais esperam dela e escolhe fazer o contrário (Pv 29.1). Esse tipo de comportamento deve ser distinguido da irresponsabilidade resultante do esquecimento, de erros, da dificuldade de se concentrar, de baixa tolerância à frustração e da imaturidade da criança.
A educação e controle dos filhos requer firmeza suficiente para corrigir um comportamento inaceitável (Pv 22.15), mas não a ponto de fazer mal à criança (Ef 6.4). Os pais amorosos que toleram os comportamentos indevidos prejudicam o filho ao protegê-lo das consequências desses comportamentos (Pv 13.24).
As Escrituras dão diretrizes para o uso da "vara" da disciplina que, como símbolo do cuidado e preocupação dos pais, deve ser usada apenas com amor. A vara ressalta a responsabilidade do indivíduo por suas atitudes, ações e reações (Ez 18;20; Rm 3.23; 14.12). A correção mostra à criança o rumo errado que ela tomou e a coloca de volta no rumo certo.
A disciplina deve ser aplicada "cedo", assim que a ofensa ocorra (Pv 13.24), tratando do comportamento incorreto antes que um padrão tenha chance de se sedimentar. A criança deve entender claramente que o comportamento foi errado (Cl 3.25) e que ela violou não apenas a autoridade de seus pais, mas também a de Deus. Deve ser levada a avaliar sua ação como um pecado e a entender a necessidade de buscar o perdão e mudar de direção. Os pais devem deixar claro que a desobediência os entristece (Pv 17.25) e devem ficar com a criança até que a comunhão com ela tenha sido restaurada (Sl 51.7-12).
Diante disso, Provérbios 22.6 não é apenas uma promessa a pais dedicados de que a educação espiritual perseverante garantirá que seus filhos terão uma vida piedosa. Também é uma advertência, mostrando que a criança sem correção seguirá o caminho que conduz à destruição (Pv 3.5-6) e que a falta de disciplina lançará os alicerces para toda uma vida de obstinação (Jz 21.25; Pv 3.5; 12.15; 14.12; 21.2; 29.15; Is 53.6).
Veja também Êx 20.12; Pv 3.11-12; 10.13; 19.18; 20.30; 23.13-14; 29.17; Mt 18.3, nota; Hb 12.5-8; tópicos sobre autoridade (Jo 19); Filhos (2Sm 21; Sl 128; Pv 22; Lc 15); Obediência (Fm); Paternidade (Pv 10); Disciplina espiritual (2Pe 3).
Fonte: Bíblia da Mulher
Publicado por Ana Oliveira
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