UM PACTO é um acordo formal de compromisso entre duas partes para fazer ou não fazer algo. O pacto para estabelecer um acordo legal entre si mesmo e os seres humanos. Muitos pactos bíblicos são incondicionais - Deus compromete-se a cumprir algo, independente de a humanidade cumprir a sua parte do acordo. Um pacto bíblico, no entanto, normalmente contém promessas de bênçãos pela aderência aos termos do pacto e garantia de punição pela recusa em cumpri-los. Embora as pessoas possam sofrer punições como consequência pela desobediência a um pacto bíblico, tal desobediência não anula o cumprimento final das promessas do pacto de Deus.
Note que há oito principais pactos encontrados na Bíblia. Esses pactos ajudam a entender o desdobramento do plano de Deus para redenção da humanidade da maldição do pecado e fornecem detalhes sobre o estabelecimento do Reino Messiânico na Terra.
O Pacto Edênico (Gn 2:15)
O Pacto Edênico é o primeiro dos grandes pactos de Deus com a humanidade. Esse pacto conferiu diversos direitos e requisitos ao povo: Eles deveriam governar a terra e suas criaturas, povoar e encher a terra, cuidar do Éden e não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. As bênçãos desse pacto eram um belo ambiente, frutas e alimentos abundantes à disposição no jardim e um relacionamento pessoal e íntimo com Deus. A penalidade por descumprir esse pacto era a morte.
O Pacto Adâmico (Gn 3:15)
O Pacto Adâmico estipulava as condições sob as quais os pecadores deviam viver até a redenção da terra no reino milenar de Cristo. Essas condições incluíam uma maldição sobre a serpente, um julgamento sobre as mulheres por causa da queda de Eva e a tentação de Adão, uma maldição sobre a terra e certeza de morte para todas as pessoas.
Ainda assim, escondia dentro de cada um desses julgamentos estava uma semente da misericórdia de Deus. Embora tenha sido usada como instrumento de Satanás, a serpente não foi destruída definitivamente, contudo, passou a ocupar um lugar de menos destaque no reino animal. Embora a terra tenha sido amaldiçoada por causa do pecado, o solo ainda produziria comida suficiente para permitir a continuidade dos seres humanos e dos animais. Embora a mulher tenha sido amaldiçoada com dor durante a gravidez e concepção e tenha sido colocada em um lugar de submissão na relação conjugal, Deus também mostrou misericórdia à mulher conferindo-lhe alegria ao dar à luz os seus filhos (veja Jo 16:21) e ao estabelecer regras para a liderança de seu marido dentro do casamento (veja Ef 5:22-28).
Mesmo a maldição da morte continha uma promessa de Deus. Deus tinha inicialmente criado Adão e Eva para viver eternamente se eles obedecessem os seus mandamentos. Por causa de seu pecado, Adão e Eva perderam sua imortalidade, receberam a maldição da morte e foram expulsos do Jardim. No entanto, Deus estendeu sua misericórdia à humanidade em seu pacto prometendo que um futuro Redentor viria através da semente da mulher. Essa previsão messiânica do nascimento virginal é a primeira em uma série de profecias sobre Cristo que ocorreram em toda a Bíblia. Esse pacto também prediz a ascensão da semente de Satanás - o anticristo - e a sua inevitável derrota. Mesmo Satanás tendo uma vitória temporária, Cristo neutralizaria o poder de Satanás através de sua ressurreição triunfante e vitória sobre a morte.
O Pacto Noético (Gn 9:8)
Deus estabeleceu o pacto Noético para reconfirmar asa condições do pacto Adâmico e para autorizar o governo humano como um controle da violência e do pecado. Os artigos desse acordo incluíam uma confirmação das estações, a liberdade para as pessoas matarem animais para alimentarem-se e uma reverência aos seres humanos por parte dos animais. Deus também exigiu que as pessoas protegessem a vida humana e controlassem as ações dos outros através da criação de um governo humano (veja 9:5-6; Rm 13:1-7).
Instruções específicas nesse pacto forma dadas aos filhos de Noé: Os descendentes de Canaã (de Cam) seriam servos dos seus irmãos; a linhagem fe Jafé seria ampliada; os descendentes de Sem serviriam ao Senhor de uma forma especial. Note que essas instruções específicas também eram descendentes de Jafé, enquanto que Jesus era um descendente de Sem.
A promessa do pacto Noético foi selada com um arco (provavelmente o arco-íris) enquanto Deus prometia não mais destruir todos os seres viventes (veja 8:21; 9:11-16) ou aumentar a maldição colocada no solo.
O Pacto Abraâmico (Gn 15:4)
O pacto Abraâmico declarou a escolha soberana de Deus em abençoar Israel e as nações através de Abraão e seu descendente, o Messias. Os aspectos principais desse pacto incluíam as promessas eternas de Deus a Abraão, conferindo-lhe inúmeros descendentes, bênçãos consideráveis e uma grande nação vinda de sua linhagem. Nesse pacto, as promessas de Deus de bênçãos também estendiam-se a toda a humanidade contando que as pessoas abençoassem os descendentes de Abraão. Se as pessoas optassem por maltratar a descendência de Abraão, contudo, Deus os puniria. A razão para a ascensão e queda de muitas nações pode ser encontrada nessa promessa solene de Deus a Abraão e seus descendentes.
O Pacto Mosaico (Êx 19:5)
O pacto Mosaico não mudou o pacto da promessa feita a Abraão porém a expandiu. Deus prometeu fazer da nação de Israel o seu povo escolhido. O povo deveria obedecer aos mandamentos, os julgamentos e as ordenanças de Deus ´para entender a justiça e a vontade divinas para as suas vidas. A lei tornou-se a professora de Israel, estabelecendo limites para sua vida espiritual e determinando as regras que governariam sua vida diária. Esse pacto permaneceria em efeito até a chegada do Messias.
O Pacto Palestínico (Dt 30:1-10)
O pacto Palestínico descreve as condições divinas que Deus estabeleceu para a ocupação israelita da terra prometida. As bênçãos e as punições são colocadas de lado nos termos desse pacto. Se Israel se rebelasse contra Deus, Deus prometeu que eles iriam ser removidos de sua terra. Ainda assim Deus prometeu que o seu povo iria finalmente se arrepender e ser restaurado à terra de Canaã. Quando o Messias chegar, Israel estará completo em sua terra, a nação se arrependerá e Deus julgará os inimigos de Israel. Então Israel gozará prosperidade eterna na terra prometida. Israel nunca tomou posso de Canaã de acordo com os termos do pacto Abraâmico incondicional. O pacto Palestínico confirma aquelas promessas relacionadas à terra e indica que esse pacto será totalmente cumprido até o Milênio, no governo do Messias.
O Pacto Davídico (2Sm 7:16)
Deus fez promessas adicionais a Israel através do pacto Davídico. Esse pacto eterno estabeleceu o trono de Davi e prometeu que os descendentes de Davi governariam o seu reino para sempre. Esse pacto foi estabelecido de acordo com a promessa de Deus de que o futuro Messias viria da linhagem de Davi e algum dia governaria Israel do trono de Davi. Deus garantiu que, apesar dos pecados dos filhos de Davi, esse pacto com Davi seria mantido eternamente.
O Novo Pacto (Hb 8:8-12)
O novo pacto é o último dos oito principais pactos bíblicos e é incondicionalmente baseado nas promessas de Deus de transformar os corações de seu povo. As promessas do novo pacto afetam todos os fiéis porque esse pacto afirma que todos os pecados forma efetivamente perdoados para sempre, através dos sacrifício expiatório de Cristo na cruz.
O último pacto também assegura que Israel permanecerá como o povo escolhido de Deus e que Deus transformará seus corações pecaminosos para que eles os obedeçam e o amem para sempre. Deus promete, através do seu novo pacto, finalmente redimir o seu povo escolhido e estabelecer com eles um novo relacionamento eterno na terra prometida.
O Pecado Original
Alguns especialistas bíblicos, especialmente nos séculos passados, têm especulado que o primeiro pecado do mundo, de alguma maneira, mudou fisicamente a criação de Deus - até mesmo a ponto de alterar geneticamente os seres humanos. Em outras palavras, o que esses especialistas conjecturam é que o fruto proibido do Éden tivesse algo como uma substância química que ativou o nosso DNA do pecado, e, desde então, os humanos têm sofrido os efeitos do que os teólogos chamam de "pecado original" ou "natureza pecaminosa".
Os efeitos são: temos a chance de escolher entre o lado louco e pecaminoso ou o lado da razão e moderação; nós, de modo geral, escolhemos viver a vida loucamente.
A maioria dos especialistas de hoje rejeitam essa teoria do pecado original ligado ao aspecto físico, como se fosse a ideia de uns poucos lunáticos, desprezada por todos os outros. Eles argumentam - de modo que parece solidamente lógico - que se o pecado é um problema físico, um dia encontraremos a cura. E, uma vez encontrada, as gerações futuras poderão gastar seu tempo livre discutindo de quem foram os pecados pelos quais Jesus morreu. É óbvio que isso não condiz com o Novo Testamento, o qual nos ensina que Jesus é o nosso Salvador.
O que é bastante evidente, tanto nos ensinos bíblicos, quanto nas observações da maioria das pessoas, é: "Todos pecaram" (Rm 3.23). A forma pela qual o pecado dominou as pessoas permanece um mistério. Mas, por outro lado, a Bíblia nos informa quando ele teve início: "Portanto, como por um homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos todos pecaram" (Rm 5.112).
A Bíblia também nos conta como nos libertar do domínio do pecado: "Quem me livrará do corpo dessa morte? Eu agradeço a Deus por meio de Jesus Cristo nosso Senhor. Assim, pois, com a mente, eu mesmo sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte." (Rm 7:24-25; 8:2).
Fonte: Bíblia Jeffrey - Estudos Proféticos
Publicado por Ana Oliveira