sábado, 3 de outubro de 2020

INFERTILIDADE Sem filhos, mas não sem valor

 


   A maioria dos casais espera ter filhos. Desde que Deus disse a Adão e Eva, "Sede fecundos, multiplicai-vos", os filhos fazem parte do plano divino para o homem e a mulher que se unem em casamento. As Escrituras ensinam que os filhos são herança do Senhor e recompensa de Deus (Sl 127.3-5). Por isso, um casal pode se sentir confuso e desnorteado quando não consegue conceber filhos conforme o planejado ou desejado. A falta de filhos era especialmente problemática nos tempos bíblicos.
   Na Bíblia, a esterilidade não causava apenas sofrimento pessoal. Os filhos eram um sinal da bênção material de Deus (Sl 127.3-5), pois cuidavam dos membros mais velhos da família. Também eram sinal da bênção espiritual de Deus, pois a linhagem continuava devido à presença de representantes da família da terra dos viventes. A memória de uma pessoa era preservada por intermédio de seus descendentes. Assim, a esterilidade representava um término.
   A infertilidade é definida em termos médicos como a incapacidade de engravidar depois de um ano ou mais de relações sexuais frequentes sem o uso de contraceptivos ou a incapacidade de levar a termo várias gestações. Cerca de 15% de todos os casais de hoje são inférteis. Apesar de a infertilidade masculina e a feminina terem várias causas, graças aos avanços da medicina, muitas delas podem ser diagnosticadas e tratadas. Mas, apesar dos tratamentos, alguns casais continuam impossibilitados de ter filhos. A decisão de um casal de escolher o momento da concepção, de buscar medidas  que estimulem a fertilidade ou de adotar uma criança é uma responsabilidade que os dois compartilham diante de Deus, o Autor da vida. A ausência de filhos não diminui o valor de um casal aos olhos de Deus se esta é a vontade perfeita dele para essas duas pessoas. Os casais estéreis não foram abandonados por Deus.
   A infertilidade leva o casal a experimentar uma ampla gama de emoções. Como Sara (Gn 11.30), Raquel (Gn 30.1), Ana (1Sm 1.2) e Isabel (Lc 1.36), uma mulher sem filhos muitas vezes sente decepção, desamparo, ira, autopiedade, tristeza, baixa autoestima ou culpa. Não obstante o impacto que a infertilidade exerce sobre o casal, a dor pessoal normalmente é profunda. Irmãos e irmãs em Cristo podem ajudar a curar essa dor oferecendo encorajamento e compreensão, respeitando o desejo do casal de explorar suas opções e falando abertamente sobre o assunto quando este vem à baila. Acima de tudo, a igreja precisa aceitar os casais sem filhos e incentivá-los a exercer os ministérios que Deus preparou para eles.
   Deus não dá filhos a todos os casais. Ele pode ter outras bênçãos reservadas para os que não tem filhos. apesar de não termos informações concretas sobre a vida familiar de algumas das mulheres notáveis da Bíblia, várias delas como Miriã, Ester, Priscila, Maria e Marta e Maria Madalena não são associadas a filhos. Ao perceber que a criação de filhos não é a única responsabilidade dada por Deus aos casais cristãos, uma mulher pode encontrar verdadeira alegria em aceitar as incumbências pessoais que Deus reservou para ela.

Veja também Gn 16.1-2; Sl 113.9; Mt 18.3; Lc 2.36-38; tópicos sobre Amargura (Hb 2); Casamento (Gn 2; 2Sm 6; Pv 5; Os 2; Am 3; 2Co 13; Hb 13); Aborto (Êx 21); Maternidade (1Sm 1; Is 49; Ez 16); Gravidez (Jz 13); Autoestima (2Co 11); Dor (Jó 7); retratos de Ana (1Sm 1); Raquel (Gn 29); Sara (Gn 12); Isabel (Lc 1)

Fonte: Bíblia da Mulher
Publicado por Ana Oliveira

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