"Daniel falou, e disse: Eu vi em minha visão, e eis que os quatro ventos do céu irrompiam sobre o grande mar." (Daniel 7.2)
O livro de Daniel termina com uma série de visões tão confusas que o anjo Gabriel teve que vir a explicá-las. Mesmo assim, as explicações de Gabriel nem ao menos começam a responder todas as questões.
No capítulo 2, Daniel falou de quatro reinos. Visões o trazem de volta àquele tema. Ele vê quatro animais que representam as quatro potências mundiais. Em uma visão, as bestas são um leão alado, um urso, um leopardo alado e uma criatura horrível com dentes de ferro. E em uma segunda visão, ele vê um bode felpudo quebrando os dois chifres de um carneiro.
Sem dar nomes às nações, Gabriel explica que as quatro criaturas da primeira visão de Daniel representam os quatro mega poderes do mundo. Ao explicar a segunda visão, entretanto, Gabriel dá nome às nações.
Os carneiros de dois chifres representam os reis de Média e da Persa. O bode felpudo representa o rei da Grécia (Dn 8.20-21). De acordo com uma referência anterior a um leão alado, o quarto reino pode ser a Babilônia. Arqueologistas recuperaram das ruínas da Babilônia muitas figuras de leões alados.
Por mais poderosos que esses quatro impérios sejam - com Alexandre, o Grande comandando a maior parte do território, da Índia até a Líbia - eles são somente um exemplo do que está por vir.
"Eu vi nas visões noturnas, e eis que um semelhante ao Filho de homem veio com as nuvens do céu, e veio até o Ancião de dias, e trouxeram-no diante dele. E foi-lhe dado domínio, e glória e um reino, para que todo povo, nações e línguas o servissem; o seu domínio é um domínio eterno, o qual não passará, e o seu reino, o que não será destruído" (Dn 7.13-14).
Em suas visões finais Daniel vê o sofrimento à caminho, bem como batalhas cósmicas entre anjos e demônios. Mas nós também vemos uma referência clara à ressurreição e à vida eterna - uma raridade no Antigo Testamento. "E muitos daqueles que dormem no pó da terra despertarão, alguns para a vida eterna, e alguns para vergonha e desprezo eterno." (Dn 12.2).
Contudo, na visão mais famosa de Daniel, Gabriel fala sobre um desconcertante período de setenta semanas (Dn 9.24). Esse período, diz Gabriel, marcará o fim da rebelião e a vinda do "ungido".
Muitos estudiosos interpretam as "setenta semanas" como 70 anos. Então "70 anos de sete" se tornam "70 anos vezes sete" - 490 anos. Mesmos assim, alguns consideram os números simbólica, significando que todos esses eventos são completos no tempo perfeito de Deus.
Alguns especialistas - e uns não tão especialistas assim - interpretam essa visão de todas as formas imagináveis. Alguns veem as visões finais de Daniel como uma fonte de pistas sobre a segunda vinda. Willian Miller, um professor da Bíblia do começo dos anos 1800, usou os números de Daniel para prever que Jesus retornaria em 22 de outubro de 1843. Miller começou presumindo que as "duas mil e trezentas tardes e manhãs" se referem a anos e que o "ungido" do capítulo 7 é Jesus (Dn 8.14).
Mas muitos estudiosos de hoje dizem que as visões de Daniel descrevem perfeitamente o reinado de um tirano grego chamado Antíoco Epífanes VI (175-164a.C.) Ele executou os sumos sacerdotes judeus, que, como os reis de Israel, eram Às vezes chamados de "ungido de Deus". Ele também baniu a religião judaica e profanou de alguma forma o templo de Jerusalém, talvez ao estabelecer símbolos pagãos ou por sacrificar um animal proibido, como o porco.
Muitos estudiosos dizem que Daniel estava se referindo a esses eventos quando diz isto: "E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador" (Dn 9.27).
Judeus se rebelam contra Antíoco e ganham sua independência.
As visões de Daniel tem um ponto principal: o sofrimento virá sobre o povo de Deus, mas o sofrimento irá terminar no momento oportuno.
Essas profecias apontam para o futuro de Daniel, em nosso passado. Mas, às vezes, parece que elas também se referem ao nosso futuro: o final dos tempos, quando Deus estabelecerá um reino perfeito. As profecias bíblicas, às vezes, se cumprem em dois períodos de tempo. Algumas das profecias de Isaías, por exemplo, falam de eventos em seu tempo que também se aplicam a Jesus em um tempo futuro.
Daniel pede detalhes. "Como isto vai finalmente acabar?", ele pewrgunta a Gabriel.
A resposta de Gabriel soa como um bom conselho para todos os cristãos que querem mais detalhes acerca de eventos futuros: "pois aas palavras estão fechadas e seladas até o tempo do fim... Porém segue tu o teu caminho até o final; pois tu descansarás e estarás na tua porção ao final dos dias." (Dn 12.9, 13).
Fonte: Bíblia Jeffrey de Estudos
Publicado por Ana Oliveira
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