quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A Tribulação

 


    JESUS referiu-se várias vezes à terrível perseguição que iria ocorrer antes de seu retorno, declarando que seria pior do que tudo o que já aconteceu desde o início do mundo (veja Mt 25.21). Esse tempo de perseguição é chamado de tribulação, derivada de uma raiz da palavra que significa "espremer" ou "pressionar". A profecia sobre a tribulação começa no AT e atravessa o NT por inteiro, fornecendo informações relevantes sobre essa importante doutrina escatológica.
    O tempo exato desse período de sofrimento é incerto. A visão preterista da profecia sugere que as profecias relativas à tribulação forma cumpridas durante a destruição de Jerusalém em 70 d.C. No entanto, a visão futurista alega que o período da tribulação ocorrerá um pouco antes da segunda vinda de Cristo, e vai coincidir com o que a Bíblia chama o grande dia do Senhor. Apesar de a duração da tribulação ser de apenas sete anos, o grande dia do Senhor continuará até o fim do milênio (veja 2Pe 3.10).
    O envolvimento que os crentes terão na tribulação é também uma questão de debate. As profecias indicam que os crentes serão trasladados para o céu antes do início da tribulação. Usando um método literal da interpretação da Bíblia, estudiosos da pré-tribulação acreditam que as passagens das Escrituras que lidam com a tribulação dizem respeito apenas à interação de Deus com Israel; sendo assim, a igreja não participará. Outros sugerem que os crentes serão arrebatados ao céu durante a tribulação. Esses estudiosos da tribulação acreditam que a igreja irá suportar a primeira metade deste período de sofrimento, mas será arrebatada ao céu antes da manifestação plena da ira de Deus. Outros ainda defendem uma visão pós tribulacionista do arrebetamento baseando a sua opinião na passagem das Escrituras de acordo com a qual a igreja terá de passar por um período de provações e tribulação. Por causa das opiniões variadas sobre o papel da igreja na tribulação, é vital que compreendamos os eventos que irão ocorrer.
    Começando quando o anticristo assinar um tratado de sete anos com Israel (9.27), a tribulação continuará até o retorno de Jesus Cristo para derrotar o anticristo no Armagedom. Os sete anos da tribulação será um tempo de perversidades, guerra, perseguição e martírio inigualáveis (veja Ap 12.12). A Bíblia indica que cerca de quatro bilhões de pessoas morrerão, à medida que a ira de Deus for derramada durante os julgamentos da grande tribulação. Pecadores impenitentes naquele dia ainda irão desafiar a Deus, e as consequências serão catastróficas (veja Ap 9.20-21).
    A ira de Deus vai ser derramada durante a tribulação em uma série de sete sentenças provenientes do céu que começam com os sete selos (veja Ap 6.1-17). Os quatro primeiros selos são abertos pelo Senhor e entregues aos quatros cavaleiros do apocalipse para implementação: O cavaleiro branco representa a falta paz; o cavaleiro vermelho simboliza a guerra; o cavaleiro negro significa fome; o cavaleiro pálido representa a morte. Os selos restantes são abertos e simbolizam o martírio dos santos na tribulação e as convulsões de toda a terra e do céu. Quando o sétimo selo for aberto haverá silêncio no céu durante meia hora (veja Ap 8.1), enquanto o mundo aguarda o início da sentença das sete trombetas.
    A sentença das sete trombetas inicia-se no meio da tribulação e continua até o seu fim, desencadeando a ira de Deus sobre a terra, mar, águas e céus (veja Ap 8.7-13). À medida que essas sentenças continuam, espíritos demoníacos libertados de sua prisão no abismo irão deixar os exércitos do oriente para o ataque, e a crise final levará à volta de Cristo (veja Ap 9.1-19; 11.15). Há também sete sentenças descritas em Apocalipse que ocorrerão pouco antes do Armagedom (veja Ap 16.1-21). Embora semelhante às sentenças das trombetas, esses julgamentos ocorrerão no final da tribulação e serão principalmente dirigidos aos incrédulos.
    No início da tribulação, o tratado entre o anticristo e Israel estará em vigor. Embora inicialmente aliado a apenas dez nações, o anticristo trará mais nações sob seu poder até todo o mundo se aliar ao seu reino. Na metade do período de sete anos do tratado, Satanás será expulso do céu, e o anticristo sofrerá uma ferida mortal, que vai ser curada milagrosamente (veja Ap 13.3). Esse milagre vai convencer a muitos de que ele é o Messias. O anticristo irá promover com este milagre e conscientemente tentar cumprir as expectativas proféticas antigas dos judeus. O falso profeta irá introduzir o sistema da marca da besta, que continuará até a batalha do Armagedom e também irá forçar as pessoas a adorar a estátua do anticristo ou terão de enfrentar a morte (veja Ap 13.14).
    Muitos judeus aceitarão o anticristo como seu Messias, no entanto, quando ele violar o Santo dos Santos, muitos judeus justos em Israel irão perceber que ele é um impostor. Eles vão tentar romper com o anticristo pelo período restante da tribulação e também irão rejeitar as palavras do falso profeta (veja Ap 12.6). Outras nações irão seguir Israel e tentar se rebelar contra o anticristo. Nação após nação se ocupará em livrar-se do jugo do anticristo; enquanto isso a tribulação inteira será tomada por guerra e fome.
    O Anticristo irá estabelecer uma base militar em Israel. Os reis do pacto do Norte e o rei do Sul atacarão as forças do anticristo na Palestina, mas ele vai derrotar os seus exércitos (veja Dn 11.40). Enquanto o anticristo reforça sua posição militar perto de Jerusalém, as nações do oriente vão perceber que eles devem agir imediatamente, caso desejem se livrar das cadeias do ditador mundial. O foco do final de sua rebelião resultará na Batalha do Armagedom e envolverá todos os exércitos do mundo (veja 11.44; veja Ap 16.16).
    Os exércitos vão lutar contra toda a Ásia, matando um terço da humanidade, mas a guerra final ficará centralizada no vale de Jezreel, em um lugar chamado Armagedom. Seja através da intervenção milagrosa de Deus ou através de um completo fechamento das comportas da Barragem Ataturk, na Turquia, o rio Eufrates vai secar, permitindo que o exército do oriente atravesse para o norte de Israel (veja Ap 16.12).
    Apesar das enormes forças militares e satânicas do anticristo, ele será derrotado (veja Dn 11.45). Jesus Cristo, com seu exércitos poderosos, jogando este príncipe das trevas no lago de fogo (veja 8.25; Ap 19.11-14; 19.20). A tribulação terminará e Jesus Cristo estabelecerá seu reino milenar. 

Fonte: Bíblia Jeffrey de Estudos
Publicado por Ana Oliveira
 

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