Introdução
Esse texto bíblico destaca a ordem do Senhor para que os levitas fossem separados para o serviço sagrado. Levi foi o terceiro filho de Jacó com Leia. Seu nome significa "unido", significado que está associado à declaração que sua mãe fez quando ele nasceu: "Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo... por isso chamou seu nome Levi" (Gn 29.34). Apesar de Levi ter participado com seu irmão Simeão da vingança traiçoeira contra os homens de Siquém, Levi se redimiu ao longo de sua trajetória ao mostrar zelo espiritual pelas coisas de Deus. Isso lhe rendeu a escolha divina como a tribo sacerdotal. A vida de Levi e de seus descendentes nos traz profundas lições espirituais. Vejamos algumas.
A importância de Levi nas Escrituras
1. Levi e Simeão se uniram numa vingança brutal contra homens indefesos e vulneráveis, o que rendeu àqueles dois duras reprimendas e reprovações por parte de seu pai, Jacó, na hora de impetrar-lhes a bênção patriarcal (Gn 49.5-7). Levi, porém teve uma melhor sorte do que seu irmão Simeão no decorrer da história bíblica.
2. Em Êx 32.25-26, lemos: "E, vendo Moisés que o povo estava despido, porque Arão o havia despido para vergonha entre os seus inimigos, pôs-se em pé Moisés na porta do arraial e disse: Quem é do Senhor, venha até mim. Então, se ajuntaram a ele todos os filhos de Levi".
3. Após ter pecado contra o Senhor, na questão da idolatria do bezerro de ouro, o povo perdeu de vez a compostura e a vergonha, levando Moisés a colocá-lo no eixo novamente. Para isso, Moisés precisava que os israelitas saíssem de cima do muro e optassem pela fidelidade e lealdade ao Senhor. Então, os levitas se posicionaram do lado do Senhor, não poupando nem seus parentes envolvidos na idolatria. Este ato zeloso dos levitas lhe rendeu o privilégio e a honra de serem escolhidos por Deus como a tribo sacerdotal de Israel. Os levitas se tornaram a "elite espiritual" no que diz respeito ao ministério da Casa do Senhor (Nm 1.50-51; 1 Cr 15.2).
4. Em Nm 8.14, o próprio Deus confirmou a escolha de Levi para o ministério da Casa do Senhor, dizendo: "E separarás os levitas do meio dos filhos de Israel, para que os levitas meus sejam".
5. Em Nm 17.1-10, vemos que, quando a liderança espiritual da tribo de Levi foi questionada pelo povo, o próprio Deus confirmou a escolha dos levitas, fazendo o bordão de Arão florescer entre os doze bordões colocados diante do Senhor, cada um com o nome de uma das doze tribos de Israel.
6. Em Nm 25.1-13, a exemplo do ocorrido com o bezerro de ouro, Israel voltou a pecar contra o Senhor, envolvendo-se com mulheres idólatras que adoravam Baal-Peor; então, mais uma vez, um descendente de Levi, chamado Fineias, posicionou-se ao lado do Senhor, fazendo expiação pelos filhos de Israel, ao eliminar um homem israelita que praticava orgias sexuais em sua tenda com uma daquelas mulheres pagãs que adoravam a Baal-Peor. Esse zelo de Fineias pelas coisas espirituais rendeu a ele e a seus descendentes a promessa de um sacerdócio perpétuo (Nm 25.10-13).
7. Enquanto Simeão foi esquecido na bênção profética que Moisés proferiu sobre as tribos de Israel, Levi foi destacado por sua atuação sacerdotal. "E de Levi disse: Teu Tumim e teu Urim são para o teu amado, que tu provaste, em Massá, com que contendeste nas águas de Meribá... pois guardaram a tua palavra e observaram o teu concerto. Ensinaram os teus juízos a Jacó e a tua lei a Israel; levaram incenso ao teu nariz e o holocausto sobre o teu altar..." (Dt 33.8-10).
8. Em 1Cr 15.2, vemos que, após uma tentativa frustrada de Davi de trazer a arca da aliança para Jerusalém sem a participação dos levitas, o rei teve que se render à ordenança divina: "Então disse Davi: Ninguém pode levar a arca de Deus, senão os levitas, porque o Senhor os elegeu, para levarem a arca do Senhor e o servirem eternamente". Em Hb 5.4, é dito: "E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão".
9. Ora, se a exclusividade do sacerdócio da Casa do Senhor foi dada a Arão, o que seria dos ministros de hoje que não são levitas e muito menos descendentes de Arão? É aí que Jesus Cristo entra mais uma vez para quebrar este monopólio sacerdotal. O escritor da Carta aos Hebreus explica isso: ""Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança de lei. Porque aquele de quem essas coisas se dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar; visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa tribo nunca Moisés falou de sacerdócio" (Hb 7.12-14).
10. Em Hb 8.6, lemos a respeito de Jesus: "Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor concerto, que está confirmado em melhores promessas". Portanto, com base nisso, Jesus Cristo é "Aquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou do nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu pai, a Ele, glória e poder para todo o sempre. Amém" (Ap 1.5-6).
Conclusão
Aprendemos, por meio da vida de Levi, que Deus muda a nossa sorte para melhor e escreve uma história de sucesso para todos aqueles que se mostram zelosos para com Ele. E, agora, sob a nova aliança, somos os "levitas", separados pelo Senhor para uma grande obra. Se, no passado, eles tinham Arão como sumo sacerdote; no presente, nós temos Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote celestial e eterno!
Fonte: Bíblia do Pregador Pentecostal
Publicado por Ana Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário