Em nenhuma circunstância a bondade de Deus é tão aparente quanto em meio ao sofrimento. Sua história de cuidado providencial e livramento do seu povo é uma lembrança constante para todas as gerações de que ele nos ajuda a atravessar todas as adversidades e tribulações. Sua presença é suficiente para lançar fora o medo. Seu poder é suficiente para nos livrar do desespero e seu propósito maior é sempre o nosso bem (Rm 8.28).
Grande parte do nosso sofrimento como seres humanos é decorrente de circunstância fora do nosso controle ou associadas a relacionamentos.
Todos são afetados por circunstâncias que provocam sofrimento. Maria Madalena, por exemplo, havia sido possuída por demônios. Ela deu testemunho do sofrimento físico e mental que suportou antes de encontrar Jesus. Sua devoção fervorosa que a levou a seguir Jesus até a cruz(Mc 15.40,47) e sua alegria intensa expressada a Jesus no jardim depois da ressurreição (Jo 20.1,11-18) não deixam dúvidas que ela experimentou de forma profunda o amor do Senhor. Esse mesmo amor a libertou da possessão demoníaca e restaurou sua dignidade, aceitação e paz.
As Escrituras trazem vários relatos de sofrimento associado aos papéis femininos: mãe, esposa, irmã, filha, amiga. Um exemplo é Maria, mãe de Jesus. Como consequência de sua sinceridade e obediência, ela se viu exposta a um sofrimento que se manifestou de várias maneiras. Colocou em risco o seu noivado com José (Mt 2.14-15); sofreu quando Jesus deixou o âmbito exclusivo da família e passou para o âmbito inclusivo do reino de Deus (Mt 3.31-35); e por fim, passou pela agonia de ver a morte cruel de seu Filho no calvário. No entanto, como outros temas bíblicos, o sofrimento não tem a última palavra, pois com a ressurreição de Jesus, as flechas que traspassaram a alma de Maria foram transformadas na alegria que todo cristão experimentará quando Cristo voltar.
A história da mãe sunamita e seu filho, por sua vez, oferece-nos uma compreensão mais profunda do sofrimento intenso experimentado em particular pelas mães que perdem um filho amado (2Rs 4.8-37). Compaixão e tragédia se combinam no relato sobre o relacionamento entre o profeta Eliseu e a família rica de Suném que o acolheu. É evidente que a esterilidade da sunamita não a tornou uma pessoa amargurada, pois ela se mostrou profundamente hospitaleira. Em decorrência da hospitalidade que ofereceu ao profeta, ela foi abençoada com um filho. Que alegria maior uma mulher poderia ter do que a bênção de dar à luz? Ao mesmo tempo, que sofrimento maior poderia suportar do que a dor provocada pela morte de um filho? Como em muitos relatos bíblicos do sofrimento, a dor não é menosprezada, mas a promessa de vida se manifesta na fé e obediência dessa mulher que levaram seu filho a ser ressuscitado.
Veja também tópicos sobre Adversidade (At 5); Família (Gn 32; 1Sm 78; 127); Preconceito (At 15); Maridos (Jó 31; 2Co 6); Sofrimento (Sl 33; 1Pe 5); Esposas (Pv 31); Prisioneiros (Is 61).
Fonte: Bíblia da Mulher
Publicado por Ana Oliveira
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