terça-feira, 28 de julho de 2020

Estudo Bíblico 42 - Lições Espirituais da vida de Esaú (Gn 36.8)

A primogenitura de Esaú e as lentilhas de Jacó - Teologar - Falar ...

Introdução
Esse texto destaca Esaú e a região onde ele foi habitar. O nome "Esaú" aparece em algumas  passagens bíblicas associado ao nome de Jacó não só pelo fato de serem irmãos, como também pelas circunstâncias e pelo modo como nasceram. A rivalidade entre esses irmãos gêmeos começou no útero da mãe. Ambos eram filhos de Isaque e Rebeca e netos do grande patriarca hebreu Abraão. Entretanto, um oráculo divino acerca do futuro desses dois gêmeos previa que Esaú seria servo de Jacó. Naturalmente que essa história é um prato cheio para os defensores da doutrina da predestinação. Entretanto, vamos perceber que os critérios soberanos de Deus são inescrutáveis. Na verdade, nem Esaú nem Jacó eram "santinhos". Ambos eram cheios de falhas e defeitos. Se Jacó era enganador e gostava de levar vantagem em tudo, Esaú era extremamente carnal e desprezava os valores espirituais dos seus pais. O que mais pesou diante de Deus, ao ponto de Ele declarar que amava Jacó e aborrecia Esaú, só Ele mesmo sabe.

A importância de Esaú nas Escrituras
1. O nome "Esaú" significa "coberto de pelos" ou "peludo" (Gn 25.25). Era também conhecido como "Edom", que significa "vermelho" ou "ruivo" (Gn 25.30).
2. Em cumprimento ao oráculo em Gn 25.23, Jacó e Esaú se tornaram os pais de duas nações. Jacó foi o pai dos israelitas; Esaú, dos edomitas. As duas nações receberam o nome  pelo que cada um deles eram conhecidos. Dos descendentes de Jacó surgiu a nação de Israel; dos descendentes de Esaú, a nação de Edom. A rivalidade entre esses dius irmãos se perpetuou, segundo as Escrituras, por meio dos descendentes deles. (Dt 2.4-8; Ob 1).
3. O contraste entre Esaú e Jacó é evidente nas Escrituras. Esaú era caçador e homem do campo; e também o preferido de seu pai, Isaque. Jacó, por outro lado, era sossegado e preferia o ambiente da casa; sendo o preferido de sua mãe Rebeca (Gn 25.27-28).
4. Embora os filhos fossem gêmeos, Esaú era considerado o mais velho por ter nascido primeiro.Pelo costume daquele tempo, o primogênito herdava uma porção maior da herança de seu pai e o direito de receber o bastão da autoridade espiritual, para continuar como líder da família. Entretanto, num momento de insensatez, Esaú vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó em troca de uma simples refeição (Gn 25.29-34). Tal fato revelou o desprezo de Esaú pela herança espiritual de seus pais, muito mais valiosa do que as riquezas materiais deixadas por eles.
5. A perda do direito de primogenitura de Esaú é relatada em Gênesis 27, quando Jacó, em parceria com sua mãe, ludibriou seu pai, cego, fingindo-se de Esaú, a fim de receber a bênção patriarcal, que possuía um caráter irrevogável (Gn 27.21-41). Após saber que Jacó havia sido abençoado por Deus por meio de seu pai, Isaque. Esaú quis matar Jacó. O ódio de Esaú por Jacó parecia o mesmo ódio que Caim passou a nutrir por Abel, após Deus ter aceitado a oferta deste e recusado a oferta dele. Para evitar uma tragédia familiar semelhante, Isaque e Rebeca planejaram a fuga imediata de Jacó para Padã-Arã, terra de Labão, irmão de Rebeca (Gn 28.1-5).
6. Olhando friamente para esses dois famosos gêmeos, notamos que Esaú, de certo modo, foi mais honesto e confiável do que o seu irmão, Jacó, que havia conspirado contra ele. No entanto, Esaú pecou gravemente ao tratar a primogenitura com desprezo e vendê-la por uma refeição. Além do mais, na Bíblia são revelados outros pecados graves de Esaú. O escritor da Carta aos Hebreus afirma que Esaú, além de ser "fornicador", era também "profano" e "por um manjar vendeu o seu direito de primogenitura" (Hb 12.16).
7.Para os antigos hebreus, o direito de primogenitura de alguém tinha, de fato, um alto valor espiritual. Mas Esaú não demonstrou fé nem cautela para administrar seus privilégios e suas responsabilidades. Tal fato determinou que Jacó daria continuidade à família, sendo contado na linha direta da descendência de Abraão e de Isaque, figurando, assim, como o terceiro patriarca estabelecido pelo próprio Deus (Êx 3.15).
8. O escritor da Carta ao Hebreus chegou a dizer que Esaú "querendo ele ainda herdar a bênção, foi rejeitado, porque não achou lugar de arrependimento, ainda que, com lágrimas, o buscou" (Hb 12.17).
9. Todavia, na Bíblia, há um capítulo que mostra uma mudança de atitude por parte de Esaú, já mais maduro, quando ele perdoou e se reconciliou com seu irmão Jacó. "Então, Esaú correu-lhe ao encontro e abraçou-o; e lançou-se sobre o seu pescoço e beijou-o; e choraram" (Gn 33.4).
10. Deus também havia abençoado Esaú, ao ponto de este recusar os presentes que Jacó queria dar-lhe, dizendo: "Eu tenho bastante, meu irmão; seja para ti o que tens" (Gn 33.9). Ambos estavam abençoados, com o seu coração leve e desapegado dos bens materiais. Que coisa maravilhosa! Esse encontro maravilhoso entre Esaú e Jacó conseguiu apagar a imagem negativa das intrigas e desavenças entre ambos no passado. Uma pena que tal relacionamento amistoso e restaurado não tenha perdurado entre dos seus descendentes ao longo da história (Dt 2.4-8; 2 Sm 8.14).

Conclusão
Olhando para esses dois irmãos, Jacó parece ter errado mais do que Esaú; assim como Davi parece ter errado mais do que Saul. Entretanto, Esaú e Saul foram rejeitados por Deus, e Jacó e Davi foram favorecidos por Deus. A história de Esaú nos revela a seguinte lição: Deus tolera e perdoa muitos pecados, mas não tolera o desprezo pelas coisas espirituais. Por isso, a vida de Esaú nos ensina duras e amargas lições sobre o cuidado que devemos ter pelas coisas espirituais.

Fonte: Bíblia do Pregador Pentecostal

Publicado por Ana Oliveira

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